Vilela vive maior isolamento político de um governador em décadas

Vilela vive maior isolamento político de um governador em décadas

No último dia 9 de junho o governador Teotonio Vilela Filho revelou, num telefonema, o inesperado: “Edivaldo, eu nunca me senti tão sozinho em todo este tempo, em todos esses 28 anos que faço política. Você pode escrever isso”.

Eu escrevi e ele também escreveu sobre isso no Facebook. A solidão, maior que vi ser enfrentada por um governador nas últimas décadas, se confirmou.

O isolamento, no entanto, parecia que poderia ser rompido. Vilela prometia “surpresas” e dava sinais de que estava no jogo. Ele passou a conversar com outros partidos e até conseguiu atrair o apoio do PRB, na semana passada. Seria uma reação? Não, não foi.

Ao menos até agora, nada deu certo. Vilela viu o DEM “escorrer” pelas mãos. O partido, que era seu aliado, juntou-se ao PP, fortalecendo o grupo de ex aliados, de ex amigos, de ex assessores.

Nesta segunda-feira, 30, o PSDB o PSDB fez sua convenção, sem novidades, sem surpresas, sem sequer apresentar candidatos a vice ou ao Senado.

Até agora a chapa majoritária tem apenas o candidato a governador, Eduardo Tavares. A ata da convenção deve ser entregue somente no dia 7 de julho. Até lá Vilela ainda pode tentar um apoio, um acordo de última hora e quem sabe arrebanhar o apoio de algum partido. Restam, no entanto, poucas opções. Talvez ele ainda consiga atrair o Solidariedade ou outro partido que não tenha fechado ata. Talvez.

Escolhas

No caso de Vilela, é claro que existem traições e ingratidão, mas é importante ressaltar que o isolamento foi provocado em grande parte por suas escolhas e decisões.

Ao decidir ficar no governo, em janeiro deste ano, Vilela virou a “noiva” mais desejada da política alagoana. Ao anunciar a candidatura de Eduardo Tavares, em abril, numa decisão pessoal, que contrariou o seu grupo político, ele inverteu o processo e caiu no isolamento.

Vilela é considerado um político de sorte. Ou era. Vamos esperar mais alguns meses para descobrir como o governador vai desatar este nó. Ele pode se dedicar a gestão e deixar a política de lado ou pode se dedicar a política e correr o risco de amargar uma derrota, antecipando sua “aposentadoria” nas urnas.

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Redação

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