Quem viu o ato de lançamento dos candidatos da Frente de Oposição, na última sexta-feira, em Maceió, deve ter notado a ausência – na foto – do presidente do Senado.
Renan Calheiros é, como se sabe, o principal articulador do grupo que reúne, no momento, 14 partidos unidos pela oposição a Téo Vilela e pelo apoio a Dilma Rousseff.
A ausência parece ter sido proposital. Ao sair de “cena”, ele abre espaço para a consolidação do pré-candidato ao governo como liderança emergente da política alagoana.
Renan Filho tem estrada na política e méritos próprios para disputar o governo, como gostam de citar seus aliados. Mas por ser filho de quem é, terá de provar isso.
É uma situação parecida com a de Rui Palmeira. O atual prefeito da capital se elegeu aos 36 anos após apenas seis anos de mandato (quatro de estadual e dois de federal). Na campanha o pai dele, o ex-governador Guilherme Palmeira, apesar de todo o prestígio, atuou basicamente nos bastidores.
Claro que, por estar exercendo mandato, Renan Calheiros terá participação no palanque e nas ruas, mas tende a ser discreto – até porque não é candidato.
O “descolamento” de Renan Calheiros também pode ajudar no distanciamento de eventuais problemas nacionais. O “telhado de vidro” do Senado é quase tão grande quanto o do Palácio do Planalto.
Renan Filho terá a oportunidade de construir seu próprio caminho – de mostrar que é de fato o “novo”. Não será uma tarefa fácil. Mas ele precisará vencer esta etapa se quiser ser governador de Alagoas.
Se ele está pronto para isso? Os próximos dias dirão.