Em apenas 3 meses, Alagoas perde R$ 400 milhões em exportações

Em apenas 3 meses, Alagoas perde R$ 400 milhões em exportações

Quem não gosta de usineiro deve estar rindo a toa. A crise que afeta as usinas de Alagoas não parece ter encontrado, ainda, o seu fundo do poço. A cada mês os indicadores apontam para uma agravamento das dificuldades.

É o caso das exportações de Alagoas, que continuam refletindo, diretamente, a crise que atinge o setor sucroalcooleiro – responsável por mais de 90% da balança comercial do estado.

No mês de março deste ano, em plena safra de cana-de-açúcar, as exportações voltaram a cair no estado. O volume exportado chegou a US$ 64,06 milhões em queda de -39,95% na comparação com igual mês do ano anterior (US$ 106,69 milhões).

No acumulado do primeiro trimestre do ano o desempenho piora. De janeiro a março foram exportados US$ 244,68 milhões em queda de -41,375 na comparação como o primeiro trimestre de 2013 quando foram exportados US$ 417,35 milhões.

Os resultados, tanto no acumulado quanto o no mês, são os piores dos últimos quatro anos e afetam diretamente a economia de Alagoas.

Somente no primeiro trimestre de 2014 deixaram de circular na economia estadual cerca de R$ 400 milhões. Esse dinheiro fará muita falta – anote – para a sobrevivência do setor no estado.

Mas vai aqui um aviso: a crise nas usinas ainda terá graves reflexos na economia de Alagoas, afetando primeiro as cidades canavieiras e, em seguida, todo o estado.

Um exemplo real

O presidente da cooperativa Pindorama, Klécio Santos, revelou, numa rápida conversa, a real situação do setor sucroalcooleiro no estado. “Em 2011 Pindorama vendia um fardo de açúcar de 30 kg por R$ 50. Em 2012,o preço médio foi de R$ 44. Já em 2013 o valor caiu para R$ 41 e este ano estamos vendendo o mesmo produto por R$ 38”.

Enquanto o preço do açúcar 24% em três anos, os custos de produção aumentaram mais de 50%. O salário mínimo era R$ 545 e agora está em R$ 724. “Além das dificuldades com a queda de preços e aumento de custos ainda enfrentamos entre 2012 e 2013 a pior seca em mais de 50 anos”, aponta Klécio Santos.

Para o presidente da cooperativa Pindorama o que o setor deve fazer, agora, é olhar para frente e buscar alternativas para continuar sobrevivendo: “vamos precisar muito que o governo federal libere mais uma vez a subvenção, para a cana e para o etanol. Acredito que com essa ajuda e coma normalização das chuvas, teremos uma situação melhor na próxima safra”, enfatiza.

É bom lembrar que a cooperativa Pindorama é considerada um modelo de distribuição de renda para o Brasil e para o mundo. Mas num cenário de crise todos sofrem. Enquanto algumas usinas fecham as portas outras amargam resultados negativos e muitas dificuldades.

Isso só vai mudar quando o mercado melhorar, com a reação dos preços do açúcar e do etanol.

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Redação

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