Pesquisa aponta aumento da cesta básica e do custo de vida em Maceió

Pesquisa aponta aumento da cesta básica e do custo de vida em Maceió

A compra dos itens básicos de alimentação comprometeu 35,42% do salário mínimo do trabalhador no mês de março, o equivalente a R$ 256,47. O resultado implicou no acréscimo de 0,69% em relação ao mês anterior (34,73%). Enquanto isso, o valor do preço da cesta variou 1,98%.

A pesquisa foi divulgada pela Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande) nesta quinta-feira (10), com o objetivo de orientar o consumidor nas compras dos produtos da Semana Santa, assim como mostrar o resultado do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Páscoa de 2014.

A pesquisa foi executada pela Superintendência de Produção da Informação e do Conhecimento (Sinc) ligada à Seplande.

Dentre os alimentos que compõem a cesta básica alimentar, o tomate e o feijão foram os maiores vilões dessa vez, liderando o ranking dos principais produtos que impulsionaram o aumento da ração mínima alimentar no mês passado, com variação de 1,57% e 1,07%, respectivamente. Também compõem a lista, a manteiga (0,78%), o leite (0,77%), o arroz (0,77%), a banana (0,51%), a carne (0,51%), o açúcar demerara (0,21%), o óleo de soja (0,06%) e o café (0,04%).

“A estiagem causada por problemas climáticos foi a maior responsável pelo aumento do preço do tomate, bem como do arroz e do feijão, pois com a seca a oferta desses produtos no mercado é reduzida, ocasionando o encarecimento dos preços”, esclareceu diretor do IPC da Seplande, Gilvan Sinésio.

Variação

A pesquisa analisou cinco supermercados da capital alagoana, comparando os preços encontrados com relação ao mesmo período do ano passado. A grande procura pelos tradicionais ovos de Páscoa e produtos típicos relacionados ao feriado fez com que os estabelecimentos comerciais aumentassem os preços nessa época.

Em 2014, a variação dos ovos de chocolate foi de 1,02%, menor que a das caixas de bombom (1,04%) e do vinho (1,05%). Quanto aos preços dos pescados, houve a queda do peixe dourado (-0,03%), do bacalhau saith (-0,07%), do filé merluza (-0,09%) e da sardinha fresca (-0,12%).
Por outro lado, outros pescados sofreram aumento, como o bacalhau fresco (1,04%), o filé tilápia (1,09%), o salmão (1,16%), o sururu (1,05%) e o peixe serra (1,39%).
Segundo Sinésio, o crescimento não ocorreu somente pela maior procura no período, mas também pelo aumento de 43,78% da carga tributária do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).

“Os produtos da Páscoa podem ter mais de 50% de tributos, sendo um fator importante pelo encarecimento ainda maior do preços”, explicou.

Os produtos complementares aos pratos tradicionais do período festivo, a exemplo da azeitona (1,19%), do palmito (1,17%), da alface (1,08%), do leite de coco (1,09%) e do ovo de galinha (1,04%), também sofreram aumento neste ano. Já a cebola (-0,16%) e o repolho (-0,17%) tiveram variações negativas.

Ainda de acordo com Sinésio, para comprar a cesta básica em março, cada trabalhador precisou trabalhar o equivalente a 76,43 horas. “Esse é um novo dado trazido pela pesquisa a partir de agora. Esperamos, com isso, divulgar um levantamento ainda mais completo a respeito do tema”, declarou.

Embora a cesta básica tenha registrado aumento no mês março, a capital alagoana encontra-se na média em comparação com outros estados da região Nordeste, a exemplo de Aracaju (R$ 225,82), João pessoa (R$ 263,17) e Natal (R$271,31), de acordo com pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Custo de vida

Ainda de acordo com a pesquisa, no mês de março, o estudo apontou um aumento no custo de vida dos alagoanos e no preço da cesta básica em relação ao mês anterior, com variação de 0,80% e 1,98%, respectivamente.

Segundo os dados, o aumento da tarifa de ônibus foi o principal responsável pela variação positiva do IPC de março, com variação de 8,7% em relação ao mês anterior. O aluguel residencial (1,67%), o tratamento de animais (1,64%), o tomate (1,57%), o pneu (1,33%) e o açúcar cristal (1,33%) são os outros itens que encabeçam a lista de produtos e serviços com maiores aumentos naquele mês.
De acordo com o gerente do IPC da Seplande, Gilvan Sinésio, o aumento da tarifa de ônibus de R$ 2,30 para R$2,50 representou uma variação de 3,02% no grupo de transportes, a maior inflação do mês de março.

“Como a coleta de dados para a pesquisa leva em consideração o consumo de bens e serviços pelos trabalhadores que recebem entre um e oito salários mínimos, o aumento da tarifa de ônibus teve grande influência nesse resultado, pois os trabalhadores que recebem até quatro salários mínimos são os maiores usuários de transporte público”, explicou.

 

Agência Alagoas

Author Description

Redação

Sem Comentários ainda.

Participe do debate