Para os “observadores” políticos, a entrevista de lançamento do pré-candidato do PSDB O governo, Eduardo Tavares, ontem, deixou mais perguntas que respostas.
O presidente de honra do PSDB-AL, o governador Teotonio Vilela Filho, terminou expondo “feridas” internas, confirmando o “racha” na base aliada e a existência de insatisfação dentro do próprio ninho tucano.
Na mesa, ao lado do governador e de Eduardo Tavares, estavam apenas um prefeito (Manoel Tenório, de Quebrangulo) e dirigentes tucanos ligados a Téo Vilela: Pedro Vilela, seu sobrinho, Claudionor Araújo e Rogério Teófilo.
Dos outros 15 prefeitos do PSDB, só Jarbas Omena, de Messias, apareceu no local. Nenhum dos cinco deputados estaduais do partido foram a entrevista.
Tudo indica que apenas cinco prefeitos tucanos acompanhem Vilela. Alguns prefeitos do PSDB já tem compromissos com outros candidatos. É o caso de James Ribeiro, de Palmeira dos índios, que vota com Renan Filho, e de Peu Pereira, de Teotonio Vilela, que vota co Benedito de Lira.
Dos partidos que estão na base aliada, nenhum sinalizou apoio a decisão do governador. O deputado federal Maurício Quintella, do PR, avisou a Téo Vilela que seu apoio a Benedito de Lira não tem mais retorno.
Outros dois partidos também confirmaram que vão continuar na aliança com Biu. É o caso do o PSD de João Lyra e o SDD de João Caldas.
O PSB já avisou que continua com a candidatura de Alexandre Toledo.
Já o PROS não vai se definir antes do final deste mês, avisa Givaldo Carimbão: “Tenho ótimo relacionamento como Biu de Lira, com o Renan Calheiros e com o governador e só vamos decidir nossas composições nos próximos 30 dias”, aponta.
O desafio da chapa proporcional
O que vai pesar para Carimbão é uma composição que viabilize sua reeleição. Para isso, seria necessário a formação de uma coligação proporcional robusta.
Por isso, os analistas políticos acreditam que maior desafio do governador e do PSDB, no momento, será montar as chapas proporcionais.
Ontem mesmo o presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Toledo, quis saber de Pedro Vilela, presidente do diretório estadual do partido, como serão as composições. “Essa é uma preocupação minha e de todos os outros deputados e candidatos do partido”, aponta Toledo.
Por enquanto, o PSDB está sozinho e nesta condição corre o risco de não fazer nenhum deputado federal e diminui suas chances de eleger uma bancada expressiva para a Assembleia Legislativa.
Vilela terá de trabalhar dobrado nos próximos dias para vencer resistências e para dar musculatura a pré-candidatura de Eduardo Tavares.
Apesar do nome já ter sido escolhido, há vários semanas pelo governador,o PSDB não parece preparado para o novo momento. Por enquanto, o partido não mostrou nenhuma estrutura para trabalhar a campanha.
Resta saber como fica a situação de Eduardo Tavares e se ele vai herdar a estrutura de comunicação e o escritório de campanha montados pelo presidente do partido em Maceió, Marcos Fireman.
Não será fácil começar tudo do zero, faltando menos de seis meses para o dia da eleição.
Frustração
É difícil descobrir quem está mais “frustrado” com a decisão de Téo Vilela. No entanto, os que acusaram mais a pancada, até agora, foram o vice-governador, Zé Thomaz Nonô e o presidente do PSDB de Maceió, Marcos Fireman.
Luiz Otávio Gomes e Fireman, os outros dois pré-candidatos do PSDB ao governo, decidiram calar – ao menos em público. Zé Thomaz está convocando uma reunião do DEM para hoje ou amanhã. Anote: ele pode até disputar o Senado, como querem alguns, mas que ninguém se surpreenda se o vice chutar o pau da barraca.