Brasil deve acionar OMC para buscar acordo com Estados Unidos

Brasil deve acionar OMC para buscar acordo com Estados Unidos

O Brasil deve entrar com uma ação na Organização Mundial do Comércio (OMC) nos próximos dias, questionando a nova Lei Agrícola norte-americana, a Farm Bill. Para o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, a negociação entre o Brasil e Estados Unidos sobre o contencioso do algodão deve terminar com sucesso. Azevêdo participou de uma audiência pública nesta quinta, dia 27, em Brasília.

O diretor da OMC garantiu que a agricultura continua sendo um dos principais pontos de discussão, após o acordo de Bali, fechado em dezembro do ano passado. Entre os temas, estão a queda de barreiras comerciais,  a redução de tarifas e os subsídios para exportação e produção interna.

“Os subsídios, tanto para exportação quanto para produção, tem potencial enorme de distorção e podem prejudicar o comércio dos países mais competitivos do setor agrícola, que nem sempre fazem uso desses mecanismos de apoio. Gostaria de enfatizar que esse é um tema que será discutido nessa fase de negociações em Genebra” diz o diretor da OMC.

Durante a audiência pública, Azevêdo soube que o Brasil deve entrar nos próximos dias, com um questionamento junto à OMC, sobre a nova Lei Agrícola norte-americana. O pedido é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que estima prejuízos de US$ 4 bilhões ao agronegócio brasileiro, por causa dos subsídios que o governo dos Estados Unidos dá aos agricultores daquele país.

“Esperamos que essa entidade tenha credibilidade, e sabemos que tem. Os norte-americanos pararam de remunerar o prejuízo em novembro do ano passado. O acordo é que só cessaria o pagamento após aprovação da nova lei. A nova lei foi aprovada agora, então, estamos com novembro, dezembro, janeiro, fevereiro sem receber os recursos. São mais de RS 50 milhões de prejuízos que os americanos estão dando aos produtores de algodão do país” salienta a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu.

Apesar de não poder interferir diretamente no processo, Azevêdo afirmou que a negociação entre Brasil e Estados Unidos sobre o contencioso do algodão não deve causar desgaste político para os dois países.

Rural BR

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Redação

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