Se os peemedebistas da Câmara Federal ainda precisam ser “domados” pelo governo, no Senado a história é outra.
Sob a batuta de Renan Calheiros, o PMDB que tem o maior número de senadores (20) garante a defesa do governo e vai barrar qualquer projeto ou iniciativa que contrarie o governo Dilma Rousseff.
No Senado, não existe, portanto a menor possibilidade para que a CPI da Petrobras prospere. “Não seria bom para o Brasil”, avalia o presidente do Senado.
Pior seria para o governo federal, para a presidente Dilma Rousseff que está envolvida diretamente em algumas denúncias e para o próprio senador e o PMDB que tem vários diretores da Petrobras indicados por se partido. Afinal, a quem interessa passar a limpo as denúncias de corrupção, propina e superfaturamento?
Em declaração dada a Agência Brasil nesta quarta-feira, 26, Renan Calheiros deu sinais de que não vai deixar a CPI avançar.
RENAN: CPI DA PETROBRAS NÃO SERIA BOM PARA O BRASIL
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta quarta-feira (26) que a tentativa de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional para investigar a compra pela Petrobras da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), não deve avançar.
“Os fatos estão sendo todos investigados. Nós precisamos cobrar o andamento da investigação. Fazer a CPI agora seria erguer um palanque eletrônico em pleno período eleitoral em cima da Petrobras, isso não é bom para o Brasil”, disse Calheiros.
No Senado, a coleta foi intensificada em uma reunião, ontem à tarde, entre o PSDB e o DEM, com o apoio de parlamentares de partidos aliados ao governo, mas que se consideram independentes, como Cristovam Buarque (PDT-DF), Pedro Simon (PMDB-RS) e Pedro Taques (PDT-MT). Para instalar a comissão mista, são necessárias 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado.
“Quando um tema tão nebuloso aparece sem explicação e quando a própria presidenta diz que a história que o governo negava que existia é verdadeira, todos os canais de investigação tem que existir”, disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), um dos signatários do pedido de abertura de CPI.
O senador Pedro Taques (PDT-MT) também reagiu à declaração do presidente do Senado. Segundo ele, apesar das investigações que estão sendo feitas pela Polícia Federal, Tribunal de Contas da União e Ministério Público Federal, as esferas de Poder são independentes. “O Parlamento não pode abrir mão de sua função de fiscalizar”, disse.
(Karine Melo – Repórter da Agência Brasil)