O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) decretou estado de emergência fitossanitária em Alagoas por conta do risco de surto da helicoverpa argimera no Estado. A Portaria Ministerial 274 foi publicada nesta quinta-feira, 27, no Diário Oficial da União, assinada pelo ministro Néri Geller. Além de Alagoas, os estados que já tiveram emergência fitossanitária confirmada são: Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Piauí.
O decreto fitossanitário, que tem duração de um ano, atende a uma solicitação do Governo do Estado encaminhada pela Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) em janeiro passado. A medida foi motivada pelo iminente risco de alastramento da praga, causando prejuízos irreparáveis a agricultura alagoana, principalmente aos pequenos agricultores da região agreste do Estado.
A lagarta, que já provocou um prejuízo na agricultura nacional estimado em mais de R$ 10 bilhões, teve focos detectados em Alagoas nos municípios de Limoeiro de Anadia e em Arapiraca em culturas de feijão, amendoim, coentro e pimentão.
O estado de emergência possibilitará aos produtores deste Estado importar e usar defensivos agrícolas à base do princípio ativo benzoato de emamectina, ainda não registrados no Brasil, desde que sigam regras determinadas pelo governo, conforme portaria do dia 15 de janeiro deste ano.
Eles devem adotar medidas para o manejo integrado da lagarta, como vazio sanitário, áreas de refúgio e destruição de restos das lavouras.
Combate
Com a confirmação da praga em Alagoas foi criado um Plano de Supressão idealizado em ação conjunta pela Adeal, Seagri, Emater, Faeal, Fetag-AL e Superintendência Federal da Agricultura em Alagoas (SFA/AL), além de ter sido instituído um grupo de trabalho com vistas a criação, desenvolvimento e monitoramento do plano de manejo da praga.
O plano de supressão da helicoverpa prevê, entre outras ações, o mapeamento da praga no Estado através de levantamento fitossanitário, monitoramento e o trabalho de educação fitossanitária, além de elaboração de portaria estadual com relação ao calendário de plantio e destruição de restos culturais.
No começo deste mês, mais de 40 técnicos da Adeal participaram da capacitação promovida pela Caravana da Embrapa, no auditório da Uneal, em Arapiraca.
Com o treinamento, o primeiro de uma série que está prevista no Plano de Supressão, os técnicos da Adeal atuarão como multiplicadores junto aos produtores rurais alagoanos no combate a praga.
O combate a Helicoverpa armigera, a lagarta apelidada pelos produtores de “Come-Tudo”, vem sendo trabalhado pela Caravana Embrapa de Alerta às Ameaças Fitossanitárias.
Exótica, os primeiros registros da praga nas lavouras brasileiras foram nos meses de janeiro e fevereiro de 2013, em Goiás, na cultura da soja; na Bahia, em restolho de soja; e Mato Grosso, na cultura do algodoeiro.
Assessoria
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