Em apenas dois meses, Alagoas perdeu mais de R$ 300 milhões em exportações

Em apenas dois meses, Alagoas perdeu mais de R$ 300 milhões em exportações

Alagoas já foi um dos maiores exportadores do Nordeste, atingindo seu maior volume de exportações em 2011, equivalente a US$ 1,37 bilhão ou a R$ 3,2 bilhões a preço de hoje. Bons tempos aqueles.

Desde então as exportações alagoanas só despeçam. O volume recuou para US$ 1,01 bilhão em 2012 e para US$ 742 milhões em 2013, menor nível desde 2007.

A queda nas exportações é decorrente da crise que atinge o setor sucroalcooleiro no estado. E por enquanto, nem sinal de alívio. Em plena safra de cana as exportações de Alagoas continuam desabando.

Em fevereiro, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, o volume exportado pelo estado chegou a US$ 101,86 milhões em queda de -23,73% na comparação com igual mês do ano anterior (US$ 133,55 milhões).

No acumulado dos dois primeiros meses do ano, as exportações de Alagoas somaram US$ 180,61 milhões, em queda de -41,86% na comparação com o mesmo período de 2013, quando foram exportados US$ 310,66 milhões.

A diferença, em apenas dois meses, chega a US$ 130 milhões, o equivalente a mais de R$ 304 milhões que deixaram de circular na economia do Estado apenas nos últimos dois meses.

É dinheiro – disse e repito – que fará falta não só as usinas, responsáveis por mais de 95% das exportações alagoanas, mas a todas as empresas que atuam no setor e a seus trabalhadores. Os danos na economia de Alagoas são mais profundos do que se pensa e os reflexos serão sentidos por muitos anos.

Ladeira abaixo

Os resultados, tanto o acumulado do ano, quanto o de fevereiro, são os piores desde 2010. Em fevereiro de 2012, por exemplo, o estado exportou US$ 177 milhões e nos dois primeiros meses de 2012 as exportações passaram de US$ 400 milhões – mais do que o dobro das exportações este ano.

Quem vai ajudar?

A crise no setor sucroalcooleiro alagoano – afetado pela seca, pela política do governo federal para o etanol e por problemas de mercado – não se resolve sem a ajuda do governo federal. Ou isso ou veremos mais usinas fechando na próxima safra. A exceção fica com indústrias que tem novos projetos voltados para a produção de energia (caso da BEN, que funciona em parceria com a Seresta) ou da Granbio vai produzir etanol de segunda geração, voltado para exportação.

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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