Bancada do PMDB dá o ‘troco’ em Dilma e derrota governo na Câmara Federal

Bancada do PMDB dá o ‘troco’ em  Dilma e derrota governo na Câmara Federal

Nesta terça-feira, 11, a presidente Dilma Rousseff disse a jornalistas durante sua visita ao Chile que o PMDB “só lhe dá alegrias”. Disse isso um dia depois de avisar que iria para o confronto com o líder peemedebista na Câmara Federal, Eduardo Cunha.

Dilma não cedeu em nada na reunião com a cúpula do PMDB e recebeu o troco. Inspirados no hit “entre tapas e beijos”, os deputados federais da legenda anunciaram “independência” o que é, na prática, o rompimento com o governo.

A posição do PMDB foi anunciada após reunião a portas fechadas da bancada. Já na primeira votação impuseram uma derrota ao governo, ajudando os partidos que integram o ‘Blocão’ a aprovar comissão que vai investigar Petrobras.

O acirramento das relações entre PT e PMDB tende a resvalar em todos os estados – inclusive em Alagoas um dos poucos onde as duas legendas estão alinhadas.

Resumo dos principais fatos do dia em torno da crise PMDB/PT:

– Parlamentares do PMDB reclamam da demora do governo em realizar a reforma ministerial, do não cumprimento de compromissos quanto à liberação de recursos de emendas parlamentares e quer diálogo sobre as alianças regionais com o PT nas eleições de outubro.

– O foco da crise está na Câmara, onde sete partidos da base aliada, sob o comando do líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), formaram um “blocão”, para ampliar o poder de negociação com o Executivo em votações da Casa. O clima ficou mais tenso na semana passada, depois que Cunha defendeu, no Twitter, que seja “repensada” a aliança com o PT.

– Nesta segunda (10), Dilma se reuniu com lideranças do partido aliado no Palácio do Planalto para tratar da aliança com o governo e tentar pacificar as relações com a sigla. Mas não convidou Cunha para o encontro, o que, na visão de peemedebistas, significou uma tentativa de isolar o líder do PMDB.

– Após se reunir a portas fechadas nesta terça-feira (11), a bancada do PMDB na Câmara anunciou “independência” em relação ao governo e decidiu que apoiará a convocação da Executiva Nacional da legenda para “reavaliar” a atual aliança com o PT.

– O PMDB, que detém a segunda maior bancada da Câmara (75 deputados) depois do PT (87), entrou em rota de colisão com o governo – a presidente Dilma Rousseff resiste à reivindicação de ampliação do espaço do partido, que atualmente comanda cinco ministérios (Agricultura, Minas e Energia, Previdência, Turismo e Aviação Civil).

– De acordo com o líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), a posição foi apoiada pela maioria dos integrantes da sigla. “A bancada quer discutir a qualidade da aliança. Mas a decisão é da convenção nacional”, disse Cunha.

– Eduardo Cunha disse que “discutir” não significa necessariamente romper com o PT, mas, de acordo com o deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), “a maior parte da bancada – 80% – quer o rompimento”.

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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