Descumprimento de lei leva Procon a fechar Banco do Brasil e Bradesco

Descumprimento de lei leva Procon a fechar Banco do Brasil e Bradesco

O desfecho da operação Fila Nunca Mais, desencadeada pelo Procon nos últimos dois meses em Alagoas, foi marcado pela suspensão de atendimento de duas agências bancárias de grande circulação no Estado. O descumprimento da Lei Municipal nº 5.516/ 06 interrompeu ainda no início da manhã o funcionamento do Banco do Brasil da rua do livramento, no Centro, e do Bradesco, no bairro do Jaraguá. Fechadas apenas para atendimento do público, os dois bancos permanecerão desativados por 24 horas.

De acordo com o órgão, as duas agências contabilizaram o maior número de autos de infração diagnosticados através da denúncia da população e de fiscais. O Banco do Brasil, com mais de 60, e o Bradesco, com mais de 45, formam o topo de uma lista de atendimentos problemáticos. Itaú, com 33 infrações, Caixa Econômica Federal, com 25, e Santander, com 15, demonstram a precariedade do sistema oferecido aos alagoanos.

Apesar dessa ação inicial, a continuidade de irregularidades nos outros bancos pode acarretar em mais fechamentos, em todo o território alagoano. O Procon dará ainda 30 dias para que as agências interditadas na capital regularizem seus serviços, caso contrário, a atuação pode ser ainda agravada através de uma ação civil pública.

O superintendente do Procon, Rodrigo Cunha, afirma que se apenas cinco dessas infrações fossem averiguadas, uma atitude mais incisiva por parte do Procon já seria justificada. “Nos últimos meses todos esses bancos foram avisados da situação, mantivemos uma comunicação direta, inclusive com a troca de relatórios e explicação de toda a questão. Como nenhuma melhora foi constatada optou-se por recorrer à justiça para que o alerta fosse dado”, explica.

A perda de tempo com atendimento prioritário de idosos e deficientes, e a demanda alta de trabalho são as principais alegações dos bancos para a demora das filas. Segundo a lei, o tempo de espera do cidadão não deve ultrapassar 20 minutos, mas o Procon constatou locais em que a espera chegou a três horas.

Cunha garante que essas justificativas não podem ser acatadas. “É uma obrigação do banco oferecer um serviço de qualidade e capaz de atender à população e, se isso está deficiente, é porque não existe um investimento por parte das instituições. Não vamos mais tolerar esse tipo de atitude, os bancos terão que ver o cidadão de forma diferente”, pontua.

Segundo o superintendente, o consumidor alagoano é considerado pacato, mas são medidas como o Fila Nunca Mais que incitam na população um perfil mais ativo. “O consumidor é o nosso verdadeiro fiscal. Hoje disponibilizamos todas as facilidades para a realização de denúncias. A mentalidade de que não existe fiscalização, ou até que os atos de infração acabam impunes precisa mudar, já estamos mostrando isso”, disse Cunha.

Agência Alagoas

Author Description

Redação

Sem Comentários ainda.

Participe do debate