Capacitação ajuda a planejar a inovação para o setor sucroenergético

Capacitação ajuda a planejar a inovação para o setor sucroenergético

Adivinhar o futuro é uma ideia interessante, mas infelizmente não é possível. A alternativa é planejar e determinar hoje o que se quer para um futuro próximo. É exatamente isso que o Programa de Capacitação do Núcleo de Apoio à Inovação para a Sustentabilidade do Setor Sucroenergético (Nagise) está fazendo. “Combinar o que queremos para o futuro. Essa é a estratégia fundamental do Nagise”, disse Ester Dal Poz, professora da Unicamp. Nesta mesma linha, o chefe de Transferência Tecnologia da Embrapa Agroenergia (Brasília, DF), José Manuel Cabral, diz que o programa está propondo a construção do futuro coletivo para o Setor.

Ano passado o programa começou em Limeira/SP, com duas turmas de capacitação. A terceira iniciou-se este ano com usinas do Centro-Oeste. Durante cinco sextas-feiras e sábados, integrantes das usinas e da Embrapa participam da capacitação que começou no dia 07 de fevereiro na sede da Embrapa Agroenergia.

As experiências obtidas em Limeira/SP proporcionaram melhorias nas metodologias do curso que está ocorrendo em Brasília. O treinamento está dividido em dois blocos: o primeiro trata do diagnostico e o segundo do plano de inovação. Ao final das cinco semanas de capacitação já teremos um plano quase finalizado, afirma Abraham Sicsu, professor da Universidade Federal de Pernambuco. Dificilmente saímos de um processo de capacitação de um plano elaborado para ser implementado, afirma Paulo Lemos, coordenador estratégico do Nagise, como é o caso desse projeto.

Inicialmente havia um plano de gestão para as empresas e hoje há uma grande possibilidade de se formar uma rede para discutir a inovação e a competitividade, isso é um avanço, completa Sicsu.  “Integrarmos a pesquisa, as universidades e a iniciativa privada é fundamental para o crescimento do setor”, disse Cabral.  No caso da pesquisa na Embrapa, o chefe-geral da Embrapa Produtos e Mercados (Brasília, DF), Frederico Durães apresentou, na abertura do evento, a estratégia de atuação da Empresa para o setor sucroenergético. “Temos 18 unidades da Empresa trabalhando em pesquisas direcionadas ao setor”. A proposta é trabalharmos com outras matérias-primas e processos de conversão que agreguem a eficiência na produção, como é o caso do sorgo sacarino e processos para etanol de segunda geração. Uma inovação que está se percebendo na capacitação é diversificação na produção, como a cogeração de energia a partir do bagaço, etanol de segunda geração, aproveitamento do CO2, confinamento de gado utilizando o bagaço, e outras fontes de matérias-primas, entre outras, conta Antônio Marcos Iaia, da Destilaria de Alcool Libra, que fica em São José do Rio Claro/MT.

O representante da Destilaria salienta a importância da participação no treinamento. ‘Pela dificuldade por que passa o setor, tanto nos aspectos ligados à produtividade quanto nos ligados à política governamental, algumas inovações podem contribuir para que a empresa, mesmo em um período de crise, atinja as suas metas e assim se mantenha na atividade”, diz Iaia. Ele conta que “às vezes as inovações que ocorrem nas usinas já são compartilhadas”. Ele deu o exemplo do caso de uma variedade lançada no nordeste que era produtiva, mas o açúcar produzido a partir dela não era de coloração adequada para o mercado, pois havia componentes que dificultavam a fabricação. Diante das dificuldades, técnicos de algumas usinas desenvolveram polímeros que adicionados ao processo de fabricação resolveram o problema.

“Esse projeto, o Nagise, claro, é limitado, mas o setor pode se programar, engendrar e gerir antecipadamente um cenário que lhe parece mais favorável. Vamos perseguir aquilo que é necessário. A melhor arma contra a concorrência é a inovação. Sem inovação é muito difícil ser competitivo no mercado”, salienta Ester Dal Poz.

O Nagise faz parte de um programa nacional, criado no âmbito do Programa Nacional de Sensibilização e Mobilização para a Inovação (Pró-Inova) e da Mobilização Empresarial para a Inovação (MEI), que destina recursos da Agência Brasileira de Inovação (Finep) para a estruturação e operação de núcleos de apoio à gestão da inovação nas empresas brasileiras. É coordenado pela Unicamp e, além da Embrapa Agroenergia, conta com a participação do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), da Universidade Federal de Pernambuco, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) e da Única.

Embrapa

Author Description

Redação

Sem Comentários ainda.

Participe do debate