Fazendinha Embrapa desenvolve culturas orgânicas e de baixo custo para produtores

Fazendinha Embrapa desenvolve culturas orgânicas e de baixo custo para produtores

Pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Embrapa) desenvolvem diversas culturas orgânicas com baixo custo e reaproveitamento tudo que é produzido. A ideia, desenvolvida por eles e por alunos da Universidade Rural do Estado, está ajudando agricultores do município de Seropédica, na Baixada Fluminense, a aplicar técnicas agrícolas que ajudam a natureza.

Em mais de 20 anos de história, a Fazendinha conseguiu gerar mais de 40 tecnologias capazes de resgatar espécies tradicionais. São 70 hectares com mais de 60 culturas desenvolvidas.

– A Fazendinha busca gerar tecnologias para que se permita a produção de alimento orgânico. Se privilegia a fixação biológica de nitrogênio, a integração lavoura/pecuária e a diversificação de sistema. É justamente a diversificação de sistema que permite que se tenha um ambiente em equilíbrio reduzindo a quantidade de pragas e doenças – diz o pesquisador da Embrapa, Ednaldo Araújo.

Segundo Araújo, é desenvolvido um processo em que o nitrogênio é captado da atmosfera pelas próprias plantas e convertido em compostos usados para adubação. As próprias espécies se encarregam de produzir o nitrogênio, alimentando a produção de leguminosas, por exemplo. Com isso, a própria natureza acaba fazendo a nutrição das plantas, de forma natural, sem o uso de componentes produzidos por indústrias.

– Para ter uma cultura que vá produzir alimento, é preciso ter um ambiente em torno que permita que as pragas, vírus e bactérias estejam em um determinado equilíbrio.  Quando você utiliza outras espécies que também produzem alimento ou espécies leguminosas, que possam ser usadas como adubo verde, se mantém um nível de equilíbrio se a necessidade de usar defensivos alternativos – salienta o pesquisador.

O composto utilizado vem dos animais que estão na Fazendinha. Tudo é recolhido e reaproveitado na lavoura. A Fazendinha tem um rebanho, que é tratado de forma natural, sem o uso de remédios industrializados. A veterinária Mônica Mateus Florião, produz substâncias homeopáticas que não agridem os animais. Com isso, ela garante a sanidade e o resultado é positivo inclusive para os próprios animais, que ficam dóceis e não rejeitam a proximidade das pessoas. Segunda ela, também é positivo para o bolso do agricultor, que não vai precisar gastar muito com os medicamentos.

– Neste trabalho, que a gente desenvolve desde setembro de 2009, gastamos com os medicamentos cerca de R$ 700,00. Em 2014, ainda temos medicamentos desta época que estão em uso. Ou seja, bem barato e eficaz – salienta Mônica.

A agricultora Isabel Yamaguchi Xavier descobriu com os orgânicos a rotação de culturas. Ela conta que hoje  a propriedade está cercada por todos os tipos de culturas, que ela mesma cuida. São cinco hectares bem aproveitados. A agricultora acredita que o lucro subiu para mais de 80%, pois passou a fazer tudo na propriedade sem a necessidade de comprar produtos que só encareceriam a produção.

Estudantes e pesquisadores levaram amostras da Fazendinha para serem estudadas e plantadas na propriedade de Isabel. As mudas também são entregues para agricultores que queiram investir no orgânico ou que já investem.

Rural Br

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Redação

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