Confiança média dos produtores rurais sobe em janeiro mas segue abaixo do nível de confiança mínimo

Confiança média dos produtores rurais sobe em janeiro mas segue abaixo do nível de confiança mínimo

A confiança dos produtores rurais medida pelo ICPRural registra alta em janeiro, mas permanece abaixo do nível de confiança mínimo. O destaque do levantamento foi para o setor de insumos, que cresceu até 19% entre os produtores de soja, e 9% considerando todos os produtores rurais. O ataque de pragas como a helicoverpa é um dos fatores que contribuíram para o aumento da compra dos defensivos.

Um exemplo do desempenho do setor de insumos está na empresa que o engenheiro agrônomo Germano Rehder gerencia em Elias Fausto, interior de São Paulo, que teve um crescimento de 15% nas vendas no mês de janeiro deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. O destaque ficou por conta dos produtos adquiridos pelos sojicultores. Para o Rehder, o crescimento da procura no setor de grãos foi motivado por dois fatores. Primeiro pelas condições climáticas, pois o interior do Estado tem sofrido com altas temperaturas, o que favorece o desenvolvimento de pragas. Segundo pelo próprio desenvolvimento da planta, que sofre mais com o calor excessivo. A explosão da demanda parece ter pego de surpresa as empresas e a procura provocou a falta de produto.

Para Matheus Kfouri Marino, sócio da UniBusiness, a compra dos insumos foi a alternativa escolhida pela maioria dos produtores de soja na tentativa de garantir melhor produtividade, mesmo com os problemas climáticos. A afirmação é baseada no índice de confiança do produtor de soja, o ICPSoja. O índice considerou os dados obtidos através de entrevistas com 250 produtores de soja em todo o Brasil e mostrou que a escolha beneficia os setores de insumos, mas, em contrapartida, faz o produtor diminuir os investimentos, principalmente os que seriam feitos em equipamentos agrícolas.

Já o levantamento do índice que apresenta o panorama nacional e considera produtores rurais de várias culturas, o ICPRural, também realizado em janeiro, voltou a fechar abaixo dos 100 pontos, numa escala que vai de 0 a 200. O valor mostra produtores pouco confiantes, embora este seja o maior valor registrado nos dois últimos levantamentos. Para o próximo levantamento, Marino afirma que fatores como a estiagem em algumas regiões brasileiras e a desvalorização cambial já devem refletir no índice.

ICPRural

O índice fechou a rodada de janeiro com um aumento de 4% em relação a outubro de 2013 e atingiu 93 pontos. Com isso, o ICP Rural segue abaixo do nível de confiança, embora apresentando o maior valor registrado nas últimas duas rodadas.

O subíndice ‘equipamentos’ foi o único a registrar queda em janeiro, passando de 72,55 para 68,2 (6% menor). Os outros subíndices – preço, insumos, e condições atuais – tiveram respectivamente 8%, 9% e 1% de elevação. Para o coordenador, a principal justificativa para a queda registrada no subíndice ‘equipamentos’ foi a de que os produtores já haviam feito a aquisição de novos equipamentos no ano passado.

ICPSoja

Este índice fechou a rodada estável em relação a outubro de 2013, marcando 114,3 pontos. Esse resultado expressa otimismo do sojicultor para a safra 2014. O subíndice ‘insumos’, com aumento de 19%, foi o que mais contribuiu para a ascensão do índice de soja. Os subíndices ‘equipamentos e condições atuais’ apresentaram redução, ambos com queda de 8%. O subíndice ‘preço’ obteve redução menos expressiva: 5%. Com exceção do subíndice ‘equipamentos’, todos os outros indicadores permaneceram acima do nível de confiança.

Metodologia

A medição dos índices, realizada desde 2010 e assumida pela AgroFEA em outubro 2013, é composta por subíndices que abordam quatro tópicos: intenção de compra de insumos, intenção de compra de equipamentos e implementos, avaliação sobre preço do produto cultivado e percepções sobre condições atuais do negócio. Os dados são apurados em entrevistas telefônicas com base em uma amostra representativa de produtores de soja, milho, cana, café, arroz, citros e algodão em 16 estados brasileiros.

A coleta é realizada entre o primeiro e o último dia útil de cada trimestre e a divulgação é trimestral. A metodologia foi criada pela empresa Uni.Business Estratégia que realizou o levantamento de 2010 até abril de 2013. A divulgação conta com a parceria do Canal Rural e tem apoio da Universidade de São Paulo por meio do programa Aprender com Cultura e Extensão.

Rural Br

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