Militares descartam nova operação padrão e apostam no entendimento com governo

Militares descartam nova operação padrão e apostam no entendimento com governo

Parece não ter passado de tempestade em copo d’água a ameaça de uma nova operação padrão dos militares. Depois de reunião realizada com o secretário do Gabinete Civil, Álvaro Machado, coronéis e líderes do movimento passaram a pregar a paciência.

Tudo não passa, aparentemente, de erro de interpretação. O governo já avisou que vai cumprir o acordo e prometeu corrigir a redação de alguns artigos do projeto de lei que garante o realinhamento salarial dos militares, já enviado para a Assembleia Legislativa.

As dúvidas que ainda persistem devem ser esclarecidas numa nova reunião, que acontece no dia 29.  Depois desse novo encontro é que os militares vão decidir se fazem uma nova operação padrão, o que é cada vez menos provável.

Na sua página, a Assomal informa sobre o adiamento da assembleia:

Em reunião no Palácio República dos Palmares, na última quinta-feira (23), à noite, os militares decidiram adiar a assembleia geral, marcada para próxima terça-feira (28), na sede da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), por causa da reunião agendada com o Secretário da Gestão, Alexandre Lages, na quarta-feira (29).

“Ficou decido esperar o Secretário Alexandre retornar de viagem para fazermos os ajustes finais. Só assim marcaremos definitivamente a assembleia geral com a corporação”, explicou o presidente da Assomal, Major Fragoso.

Coronel Ivon pede calma e explica o que foi acertado com o governo

Um dos líderes do movimento dos militares, o coronel Ivon explicou em sua página no Facebook quais eram as divergências com o projeto de lei encaminhado à ALE e o que ficou decidido após a reunião.

“Na última quinta-feira, 23.01, às 18:00h, fomos chamados juntos com os presidentes das nossas associações, a participar de uma reunião com o representante do governador, Secretário Álvaro Machado, provocada pela clara preocupação do Secretário de Defesa Social, Eduardo Tavares, após encontro com os coronéis, comandantes gerais PM e CBM, comandantes de unidades e representantes classistas pela manhã, no salão nobre da PM, cuja pauta se restringia ao cumprimento parcial do governo no que fora acordado sobre o Projeto da Lei de subsídio(Salário). Durante mais de 5 horas, mostramos todos os pontos que estavam divergentes ao que já havia sido anteriormente definido pelas partes, governo e militares, discutindo item por item. Assim, vejamos:

1. No Art.1º, trata sobre a inclusão do IPCA de 2015, sem constar os seus valores na tabela do mês de maio de 2015:

Resposta do Governo: O secretário da Gestão Pública, que se encontra de férias, fora do país, por telefone, confirmou a sua adjunta, Secretária Ricarda Pontual, na terça, dia 21.01, que realmente estávamos certos, que foi um equívoco e seria corrigido. OK!

2. O Art.2º condiciona o pagamento do salário de 2015 a famosa LRF, o que provocou desconfiança e preocupação dos representantes classistas:

Resposta do Governo: Tal dispositivo é uma exigência legal, pois sem a previsibilidade financeira dos reajustes do salário adaptada a LRF, a lei será nula de pleno direito, cuja previsão só será executada na Lei orçamentária de 2015, já com outro governo. OK!

3. O Art.3º, define o escalonamento vertical, com os nivelamento em desacordo com o que fora negociado, ao invés de 0 a 15 e acima de 15 anos, o projeto traz de 0 a 20 e acima de 20 anos;

Resposta do Governo: O secretário Álvaro garantiu que seria corrigido o artigo deixando da forma que fora acertada nas negociações com o governador. OK!

4. O parcelamento de parte dos 22% em 2014 ( 6 milhões de reais), que seria diluído de abril a dezembro, consta apenas uma parcela, a do mês de abril, na tabela salarial, sendo todo o montante sido impactado no mês de janeiro de 2015, em desacordo com o que acordamos:

Resposta do Governo: O secretário Álvaro Machado explicou que os 6 milhões, no entendimento do governo, daquilo que foi passado pelo secretário Alexandre Lages, Gestão Pública, foram sim distribuídos de abril a dezembro de 2014, uma vez que a tabela salarial a partir de abril, aumenta a folha salarial em 600 mil reais por mês, e que até janeiro de 2015 consome portanto 600 mil vezes 10 (meses) é igual a 6 milhões de reais, tendo sugerido trazer o impacto de janeiro de 2015 para dezembro de 2014, por entender ter acontecido um possível equivoco na interpretação do parcelamento dos 6 milhões em 2014, que para nós militares, o incremento seria escalonado, 1% SOMADO a cada mês, o que geraria um impacto de 14 milhões e não de 6 milhões, conforme o acordado. Ponto de vista que não fora recepcionado pelos presidentes.

Diante do impasse provocado, os secretários Álvaro Machado e Eduardo Tavares, sugeriram, por prudência, aguardarmos a chegada do secretário Alexandre Lages, na próxima quarta, 29.01, que foi o interlocutor e negociador do governo com a categoria, para assim dirimirem esse ponto (parcelamento). Deixando claro, que após as correções devidas o projeto será encaminhado e aprovado pela Assembleia Legislativa, que será convocada extraordinariamente pelo presidente Fernando Toledo, e em seguida, será implantado o novo salário em folha suplementar a contar de 01 de janeiro desse ano. ÚNICO IMPASSE.

O texto completo do coronel Ivon você lê neste link: http://blogsdagazetaweb.com.br/edivaldojunior/?attachment_id=5681

Author Description

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

Sem Comentários ainda.

Participe do debate