Importação de tomate do Brasil provoca polêmica na Argentina

Importação de tomate do Brasil provoca polêmica na Argentina

importação argentina de tomates do Brasil, anunciada nessa quarta, dia 8, pelo Chefe de Gabinete de Ministros, Jorge Capitanich, transformou-se em uma grande polêmica na Argentina, que coloca em dúvida a medida. Depois de receber muitas críticas pela decisão, o governo convocou os produtores e representantes da cadeia deste segmento “para saber qual é a verdade sobre o tomate no país”, segundo explicou Capitanich, em entrevista realizada na manhã desta quinta, dia 9.

Ele detalhou que a decisão de importar tomates havia sido tomada após receber reclamações por parte de um grande supermercadista sobre o possível aumento dos preços do produto, nos próximos 10 dias, por problemas climáticos. Porém, logo após o anúncio feito na manhã de quarta, choveram críticas dos produtores e associações que os representam.

A Argentina é um dos principais produtores de alimentos do mundo e a medida soou como uma ofensa para os agricultores, que informaram ao governo que não haverá falta de tomate. Além disso, eles alertaram que a entrada do tomate brasileiro no mercado poderia provocar um enorme prejuízo para a produção local. Os agricultores juram que não haverá desabastecimento e que os preços serão mantidos. Porém, no ano passado, o quilo do tomate chegou a custar 40 pesos (R$ 14,50).

– Queremos saber a verdade. Queremos saber quem mente. Queremos saber se há bens e se chegarão em condições de preço e qualidade ao consumidor – informou Capitanich em sua costumeira entrevista coletiva à imprensa ao chegar à Casa Rosada.

O ministro de Economia, Axel Kicillof, fez o mesmo quando chegou para trabalhar e esclareceu que os 194 produtos que fazem parte do congelamento iniciado no último dia 6, denominado “preços cuidados”, serão garantidos pelo governo em termos de volume e preços. Ambos disseram que se houver falta de algum produto, a demanda doméstica será suprida por importações.

– Nossa intenção é cuidar o bolso dos consumidores. Se houver problemas sazonais e não houver outra solução, vamos permitir a importação para que os preços sejam respeitados e a população tenha estes preços que negociamos – disse Kicillof.

Na lista de preços congelados dos supermercados, o tomate em lata de 400 gramas custa 7 pesos (R$ 2,50), enquanto o tomate fresco vale 11,50 pesos (R$  4,16). Mas nas quitandas dos bairros, o quilo do tomate custa mais caro: entre 13 a 14 pesos (entre R$ 4,71 a R$ 5,07).

Brasil

No Brasil, embora o tomate tenha sido um dos vilões da inflação no ano passado, agora vive sua safra com preços acessíveis, em torno de R$ 2,60, na feira. O anúncio de importação de tomates e de outros produtos apontava mudança de política argentina, que vem aplicando barreiras a todos os produtos importados que têm produção similar no país, com a ideia de promover a substituição de importação para desenvolver a indústria nacional. As barreiras têm prejudicado não só os consumidores, já que a oferta doméstica é insuficiente e provoca elevações dos preços, mas também às próprias indústrias, que enfrentam escassez de insumos para suas produções.

Rural Br

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Redação

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