Crise entre Estado e ALE não deve ser resolvida este ano e servidores podem ficar sem salários

Crise entre Estado e ALE não deve ser resolvida este ano e servidores podem ficar sem salários

Quando era ministro da Fazenda Delfim Neto cunhou uma frase que se tornou célebre e continua valendo até hoje, mais de 30 anos depois: “a parte mais sensível do brasileiro é o bolso”.

Que o digam os PMs e Bombeiros. Embora a violência persista, eles querem ganhar melhor. Justo. Pior é a situação dos servidores da ALE. Eles estão correndo o sério risco de ficar sem 13º e sem o salário de dezembro. Ao menos por enquanto.

Nesta quarta-feira, 18, a presidente interina da ALE avisou, após acordo com os servidores que não vota o Orçamento se não sair o dinheiro para pagar a folha do Legislativo: “me comprometi com eles de só votar depois de chegar a um entendimento com o governador”, ponderou.

Flávia Cavalcante deu apoio a greve dos servidores, com adesão de 100% dos efeitvos, e disse que o só vota o Orçamento quando o governo transferir dinheiro. “Há anos o salário de dezembro vem sendo pago só em janeiro. Precisamos de mais recursos. O duodécimo equivale a R$ 11 milhões e precisamos de R$ 15 milhões”, explica.

O deputado Ronaldo Medeiros, também integrante da mesa interina, diz que solução precisa ser definitiva: “Há seis anos que está nessa pendência e o orçamento é votado errado. Os servidores não podem ser reféns de erros do governo”.

O governador Teotonio Vilela Filho ficou de se dar um posicionamento até a sexta-feira.  O governo acena, segundo alguns assessores, com a possibilidade de antecipar receita – fazer uma especie de empréstimo. A mesa interina quer a suplementação.

E o relógio?

A corrida agora é contra o calendário. De um lado o Poder Legislativo que pede mais R$ 15 milhões ou não vota nada. Do outro, o governo do estado que está sob pressão dos militares e visivelment com dificuldades orçamentárias e financeiras.

Nesse cenário, é praticamente impossível que o impasse entre a Casa de Tavares Bastos e o Palácio dos Palmares seja resolvido ainda em 2013. E  mesmo que fosse seria difícil votar qualquer coisa durante as semans de Natal e de Ano Novo. Os deputados só participam de sessões entre terças e quintas. Como o feriado é  na quarta, ninguém vai lá.

Com todas essas dificuldades e sem interlocução eu sou capaz de apostar que nada se resolve esse ano. O mais provável,  acredito, é que a votação do Orçamento seja adiada para janeiro quando volta a mesa diretora afasta e quando o governo poderá fazer adiantamento ou repasses já para o ano fiscal  de 2014.

De quem é o problema mesmo?

É importante, no entanto, que se esclareça um equívoco nessa história toda. Quem é responsável pelo pagamento dos servidores da ALE é o Poder Legislativo. Os poderes são independentes. Cada um paga sua folha. Cada um tem seu Orçpamento. E pronto. Qualquer coisa fora disso tem que ser conseguida na base da “conversa”.

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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